A sátira é uma técnica literária ou artística que
ridiculariza um determinado tema (indivíduos, organizações, estados),
geralmente como forma de intervenção política ou outra, com o objectivo de
provocar ou evitar uma mudança. O adjectivo satírico refere-se ao autor da
sátira.
Na mitologia dos povos gregos, os sátiros (em grego,
Σάτυροι, Sátyroi, talvez relacionado ao grego sathê, "pênis") são
divindades menores da natureza com o aspecto de homens com cauda e orelhas de
asno ou cabrito, pequenos chifres na testa, narizes achatados, lábios grossos,
barbas longas e órgãos sexuais de dimensões bem acima da média - muito
freqüentemente mostrados em estado de ereção.
Comédia Antiga
A origem da Comédia é a mesma da tragédia, ou seja, às
festas dionísiacas, consagradas ao deus Dionisio. A palavra comédia vem do
grego Komoidía e sua origem etimológica, Komos, remete ao sentido de procissão.
Nessa época havia na Grécia dois tipos de procissão denominadas Komoi: na
primeira os jovens saiam às ruas, fantasiados de animais, batendo de porta em
porta pedindo prendas. Nessa Komoi era comum zombar dos habitantes da cidade;
já no segundo tipo de procissão, era celebrado a fertilidade da natureza. Essa
Komoi escoltava uma escultura, que representava um pênis. Durante essa
procissão os participantes trocavam palavras grosseiras entre si. Esses
palavrões, por conterem conotações religiosas, não eram considerados uma
ofensa. Eles eram uma forma de desejar ao próximo fertilidade e fartura.
Acredita-se que essas procissões aconteciam porque a
Grécia tinha grandes problemas com a fertilidade da terra também com a das
mulheres. Existe ainda uma outra possível origem para a comédia. Segundo
Aristóteles ela originou-se nos cantos fálicos. Nesses cantos uma prostituta
liderava um cordão e os demais participantes cantavam obscenidades, porém, a
primeira definição parece ser a mais concreta. Acredita-se que a comédia,
apesar de também ser representada nas festas dionísiacas, era considerada um
gênero literário menor, se comparada a tragédia. Isso se dá porque o júri que
apreciava a tragédia era nobre, enquanto que o júri da comédia era simplesmente
escolhido entre as pessoas que faziam parte da platéia.
A encenação da Comédia Antiga era dividida em duas partes
com um intervalo. Na primeira, chamada agón, prevalecia um duelo verbal entre o
protagonista e o coro. Depois dessa parte, havia o intervalo, parábase, no qual
o coro retirava ás máscaras e falava diretamente com o público. O objetivo da
parábase era definir uma conclusão para a primeira parte. Depois do intervalo
vinha a segunda parte da comédia. Seu objetivo era esclarecer os problemas que
surgiram no agón.
A Comédia Antiga, por fazer alusões jocosas aos mortos,
satirizar personalidades vivas e até mesmo os deuses, teve sempre a sua
existência muito ligada à democracia. A rendição de Atenas na Guerra de
Peloponeso no ano de 404 a.C. levou consigo a democracia e, consequentemente,
pôs fim a Comédia Antiga. O autor que mais se destacou nesse período foi
Aristófanes. Outros nomes, como os de Magnes, Cratino Crates etc., são
conhecidos apenas por referências em textos e fragmentos de peças. A Comédia
Nova
Após a capitulação de Atenas frente à Esparta surge a
Comédia Nova, que iniciou-se no fim do século IV e durou até o começo do século
III. Nesse período a mentalidade dos gregos mudou muito. Eles já não tinham o
ideal guerreiro e patriótico do século anterior e, por causa da derrota na
guerra de Peloponeso, voltaram-se para o lar.
A Comédia Nova e a Comédia Antiga possuem muitas
diferenças. Na Comédia Nova o coro já não é um elemento atuante, sua
participação fica resumida à coreografia dos momentos de pausa da ação. Na
Comédia Nova a política já quase não é discutida. O seu tema são as relações
humanas, como por exemplo as intrigas amorosas. Na Comédia Nova não temos mais
as sátiras violentas, ela é mais realista e procura, utilizando uma linguagem
bem comportada, estudar as emoções do ser humano. Até meados do século XX a
Comédia Nova só era conhecida pelas imitações latinas (Plauto e Terêncio). No
entanto, algumas descobertas "papirológicas" resgataram a arte de
Menandro. Sabe-se ainda que existiram os autores Filémone e Difilo, porém, não
existem indícios da existência de suas obras. Rey Biannchi
Textos do meu livro DEUS É HUMOR -
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