sexta-feira, 22 de novembro de 2013

MOLIÉRE não podia nem ser enterrado!


Vejam vocês: em 1673, já tuberculoso e incurável, Molière tem um ataque de hemoptise em cena aberta, ao representar o papel principal de O Doente Imaginário - Argan.
O público imagina tratar-se de mais uma interpretação brilhante do grande ator e não mede o riso. Assim, enquanto Molière se curva de sofrimento e perde sangue pela boca, a platéia aplaude estrondosamente.
O pano cai e o comediante é levado, moribundo, para sua casa na rua de Richelieu, onde Armande, a esposa que o abandonara anos antes, fecha-lhe os olhos para sempre.
Nenhum padre encomenda sua alma – Molière é um comediante e a Igreja não permite cerimônias fúnebres para comediantes. Armande, desesperada corre até o palácio e implora ao rei uma sepultura cristã para Molière.
Luís XIV pede ao arcebispo que abra uma exceção. O apelo é atendido, mas com algumas condições: o poeta será enterrado no cemitério Saint-Joseph, ‘fora das horas do dia’ e no local reservado aos suicidas e as crianças sem batismo. Texto de Bemvindo Sequeira 

Um comentário:

Luilton disse...

Não sabia dessa restrição da igreja a comediantes.

Abraço, @AnonimoFamoso