terça-feira, 2 de janeiro de 2018
HUMOR, RISO, COMÉDIA, KOMOÍDIA -
HUMOR, RISO, COMÉDIA, KOMOÍDIA -
Intelectualizar um dom ou talento e querer inseri-lo num "método" é muito limitante. Digo a respeito de "cursos" "ensinando" a ser comediante. O cara pode ser um grande ator de comédia, e não escrever textos de humor e mesmo assim inserir, pelo talento dele, a energia do humor, pois ele tem o "espírito" do humor nele. Também ao contrário, o cara pode ser um excelente escritor de humor, criador mesmo, mas não sabe colocar esse humor a não ser pela escrita. Vide Luis Fernando Veríssimo. Ele é genial escrevendo. Lógico que o importante é ter esse modus vivendi, esse humor nato. Essa energia de humor nata, não existe em todos. Sim, "comédia" se aprende, faz-se o que chamam de comédia com piadas, piadas ruins, e textos ruins. E ficam até famosos. E também tem aquela pessoa que não se considera artista, não trabalha com comédia, e é engraçado mesmo, as vezes consciente, as vezes inconscientemente. E os que tem raciocínio humorístico em tudo, mas são sérios? Esses são até mais engraçados. O humor é uma energia, um modus vivendi, uma maneira de ver a vida, de observar a vida. Essa energia de humor é inteligente. Não existe humor burro. A energia do humor é transmutadora, elevada. Por isso, em sânscrito, ananda é alegria, bem aventurança, êxtase. Humor é uma energia, comédia é outra coisa, mas onde se "deveria"(rsrsrs) ser usado o humor. A diferença do ser humano pro animal é a consciência da morte, o riso e a religiosidade. Dizem que através do riso e do orgasmo, atingimos um satori, que é uma espécie de iluminação repentina! Pois a mente para! E por incrível que pareça, na Grécia Antiga a comédia era considerada "menor" que o drama, que a tragédia. Acho que aí que sutilmente, a religião entrou com sua escrota "seriedade"também. Vamos nos apossar da nossa energia de humor e exercê-la no dia a dia. Você pode não se tornar nem querer se tornar um comediante, mas é excelente pro fígado, rir de si mesmo. Dizem que quando Buda se iluminou, ele logo em seguida, riu. Ora, ele riu porque viu a "sacanagem cósmica" que é a vida, a leela, que em sânscrito é passatempo. Dizem que os leelas são os passatempos de Deus, Krsna. Deus é o grande humorista da realidade, criando passatempos onde aprendemos, evoluímos e se pudermos, rimos conscientemente de tudo isso. Rey Biannchi
A KOMOIDIA -
A origem da Comédia é a mesma da tragédia, ou seja, as festas dionisíacas, consagradas ao deus Dionísio. A palavra comédia vem do grego Komoidía e sua origem etimológica, Komos, remete ao sentido de procissão. Nessa época havia na Grécia dois tipos de procissão denominadas Komoi: na primeira os jovens saiam às ruas, fantasiados de animais, batendo de porta em porta pedindo prendas. Nessa Komoi era comum zombar dos habitantes da cidade; já no segundo tipo de procissão, era celebrado a fertilidade da natureza. Essa Komoi escoltava uma escultura, que representava um pênis. Durante essa procissão os participantes trocavam palavras grosseiras entre si. Esses palavrões, por conterem conotações religiosas, não eram considerados uma ofensa. Eles eram uma forma de desejar ao próximo fertilidade e fartura.
Acredita‑se que essas procissões aconteciam porque a Grécia tinha grandes problemas com a fertilidade da terra também com a das mulheres. Existe ainda uma outra possível origem para a comédia. Segundo Aristóteles ela originou‑se nos cantos fálicos. Nesses cantos uma prostituta liderava um cordão e os demais participantes cantavam obscenidades, porém, a primeira definição parece ser a mais concreta. Acredita‑se que a comédia, apesar de também ser representada nas festas dionisíacas, era considerada um gênero literário menor, se comparada a tragédia. Isso se dá porque o júri que apreciava a tragédia era nobre, enquanto que o júri da comédia era simplesmente escolhido entre as pessoas que faziam parte da plateia.
A encenação da Comédia Antiga era dividida em duas partes com um intervalo. Na primeira, chamada agón, prevalecia um duelo verbal entre o protagonista e o coro. Depois dessa parte, havia o intervalo, parábase, no qual o coro retirava ás máscaras e falava diretamente com o público. O objetivo da parábase era definir uma conclusão para a primeira parte. Depois do intervalo vinha a segunda parte da comédia. Seu objetivo era esclarecer os problemas que surgiram no agón.
A Comédia Antiga, por fazer alusões jocosas aos mortos, satirizar personalidades vivas e até mesmo os deuses, teve sempre a sua existência muito ligada à democracia. A rendição de Atenas na Guerra de Peloponeso no ano de 404 a.C. levou consigo a democracia e, consequentemente, pôs fim a Comédia Antiga. O autor que mais se destacou nesse período foi Aristófanes. Outros nomes, como os de Magnes, Cratino Crates etc., são conhecidos apenas por referências em textos e fragmentos de peças.
A Comédia Nova
Após a capitulação de Atenas frente à Esparta surge a Comédia Nova, que se iniciou no fim do século IV e durou até o começo do século III. Nesse período a mentalidade dos gregos mudou muito. Eles já não tinham o ideal guerreiro e patriótico do século anterior e, por causa da derrota na guerra de Peloponeso, voltaram‑se para o lar.
A Comédia Nova e a Comédia Antiga possuem muitas diferenças. Na Comédia Nova o coro já não é um elemento atuante, sua participação fica resumida à coreografia dos momentos de pausa da ação. Na Comédia Nova a política já quase não é discutida. O seu tema são as relações humanas, como por exemplo as intrigas amorosas. Na Comédia Nova não temos mais as sátiras violentas, ela é mais realista e procura, utilizando uma linguagem bem comportada, estudar as emoções do ser humano. Até meados do século XX a Comédia Nova só era conhecida pelas imitações latinas (Plauto e Terêncio). No entanto, algumas descobertas “papirológicas” resgataram a arte de Menandro. Sabe‑se ainda que existiram os autores Filémone e Difilo, porém, não existem indícios da existência de suas obras. Texto do meu livro "DEUS É HUMOR" de Rey Biannchi -
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